Postado em 20/11/2022
Mcdonalds, propagandas e outras maneiras de morrer mais cedo
Estava eu em minha pura inocência e felicidade usando a internet, como
acontece diariamente, quando fui rudemente interpelado por uma
propaganda pop-up, como acontece diariamente, de maneira que apenas
uma mulher vitoriana sendo agarrada para dentro de um beco londrino
conseguiria experienciar.
Agora, você pode estar se perguntando que tipo de anúncio proveniente
das maquinações capitalistas me faria exibir qualquer tipo de
aborrecimento ou incômodo ou até ira. E se você está fazendo isso, eu
lhe condecoro pela sua inata habilidade de saber como continuar uma
conversa.
Sem mais delongas, o artefato de inúmeras enxaqucas e noites sem sono
foi esse:

No momento que li as amaldiçoadas palavras presentes nessa imagem
oferecidas pelo papai MC eu senti como se o Ronald Mcdonald estivesse
querendo enfiar sua nojenta pica listrada cor amarelo e vermelho no
meu cu para gozar ketchup, metaforicamente é claro.
Para aqueles com problemas de interpretação de texto ou uma falta
geral de encéfalo eu irei explicar o que está sendo generosamente
oferecido na propaganda. Se você baixar o aplicativo do Mcdonalds e
criar uma conta (oferecer todas suas informações pessoais para um
futuro empregamento nas franquias), você será graciosamente
presenteado gratuitamente com o altamente cobiçado item do menu que é
o cheeseburger. O que é, claramente, um ato de gigantesca
generosidade, já que poderiam ter lhe dado a versão dele sem queijo.
Às vezes acho que a sociedade contemporânea nos mima muito.
Porém você não apenas receberá o segundo sanduíche mais simples do
menu, nem de longe, em que época você acha que estamos? A grande
depressão? 1929? Seu arrombado. Não! Uma coca-cola de 300 mililitros
virá, também, sem nenhum gasto adicional diretamente para sua
residência! E para melhorar toda a situação, os gênios encarregados de
montar essa promoção carinhosamente tomaram o cuidado de escolher a
opção sem açúcar dessa saudável bebida ao invés da terrível e nem um
pouco superior versão com açúcar.
Honestamente, depois dessa magnífica oferta eu me sentiria obrigado a
prostrar diante dos pés de todos os mascotes do Mcdonalds e agradecer
aos prantos por tamanha generosidade e magnanimidade que bota qualquer
programa governamental social no chinelo, enquanto minhas lágrimas
formam uma poça que encheria sete piscinas olímpicas e meus olhos
ficam vermelhos e meu corpo entra em colapso por causa da avassaladora
onda de fortes emoções que estariam sendo processadas pelo meu mísero
cérebro.
Enfim, agora eu vou comer um Burger King, tchau.